- e em meus dedos, fracos e pequenos, começa a escorrer todo o controle que sempre tive em mim, toda a ordem da minha vida. Vai assim, leve e solto, caindo por aí, se espalhando por ali e eu deixo. Já sem jeito, nada mais posso fazer além de viver com novos fragmentos, com novos versos escritos em mim, formados por velhos e recentes pensamentos, que se misturam e que se unem.
Deixo assim, com medo de quebrar em mil pedaços o que acabei de ganhar. Deixo ali, num lugar bem visível, onde posso olhar, admirar, sorrir e me sentir bem. Ali em cima, na forma de troféu, duma conquista que nunca dependeu de mim, mas que se fez minha.
Sou cuidadoso, não deixo que toquem, mas deixo que olhem e percebam o quão lindo e importante é. Uns acham lindo, outros nem tanto, mas a opinião nem sempre é importante, pois o objetivo é concretizado da mesma forma, pois sabem que é meu.
As vezes me esqueço, me enjôo, faço birra e não olho, nem cuido, mas dura pouco. Menos de dia, é o que demora. Menos, bem menos.
Gosto do conforto, da segurança, do viver o que é meu. E só.