sexta-feira, 30 de setembro de 2011

- pensamentos, aqueles soltos.

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- e em meus dedos, fracos e pequenos, começa a escorrer todo o controle que sempre tive em mim, toda a ordem da minha vida. Vai assim, leve e solto, caindo por aí, se espalhando por ali e eu deixo. Já sem jeito, nada mais posso fazer além de viver com novos fragmentos, com novos versos escritos em mim, formados por velhos e recentes pensamentos, que se misturam e que se unem.

Deixo assim, com medo de quebrar em mil pedaços o que acabei de ganhar. Deixo ali, num lugar bem visível, onde posso olhar, admirar, sorrir e me sentir bem. Ali em cima, na forma de troféu, duma conquista que nunca dependeu de mim, mas que se fez minha.

Sou cuidadoso, não deixo que toquem, mas deixo que olhem e percebam o quão lindo e importante é. Uns acham lindo, outros nem tanto, mas a opinião nem sempre é importante, pois o objetivo é concretizado da mesma forma, pois sabem que é meu.

As vezes me esqueço, me enjôo, faço birra e não olho, nem cuido, mas dura pouco. Menos de dia, é o que demora. Menos, bem menos.

Gosto do conforto, da segurança, do viver o que é meu. E só.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Foi feito com chuva.

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E ali fora a chuva vai caindo naquele ritmo incessante, e eu fico aqui, olhando da janela do meu quarto e deixando que meu pensamento flua mansinho pra coisas que me são importantes. E aparece você, exclusivamente você dentro de mim. E parece ser tão bonita a forma como tudo isso acontece, como tudo se liga, sabe? Não faço esforços, não peço pra que o coração bata por você, ele apenas o faz. E sabe, ele te ama!

Nunca fui de grandes amores, preferia o aconchego dum corpo diferente a cada dia, se isso fosse possível, mas não sei se o tempo, não sei se você, me fizeram mudar e querer o carinho dum corpo só, por infinitos segundos, durante a eternidade.

Mudei, eu sei que mudei. Abri mão de muitas coisas, deixei pessoas lá atrás, abandonei o ritmo de antes pra dançar o ritmo de agora. Antes era samba, agora é valsa. Ficamos coladinhos, olhos-boca-boca-olhos e só paramos quando alguma estrela muda de lugar e você decide que não era pra ela estar ali e sim acolá e eu te digo que não, que era pra ela estar ali. E é só assim que acontece uma pausa.

Não é um cessar que dura muito tempo, logo nos abraçamos, dizemos algumas palavras e você olha dentro dos meus olhos, pede desculpas e me beija. E é eterno. É único.

E é assim que acontece. A chuva cai ali fora, a música vai invadindo todo o meu ser, o coração vai batendo aqui e dentro de mim há uma voz que clama por você, por saber do bem que só você causa, por saber da necessidade de te ter, sussurando palavras bobas e que fazem todo o sentido. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Relicário

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Quero dizer de mim. Do pouco que sei e do muito que queria ser. E falar também que me importo. Demais, me importo demais.

Deixo de sorrir pra não dar o braço a torcer e dizer que gosto muito, que chega a ser tanto e demais, que bato no peito e o cubro de amor. É loucura, eu sei, mas é assim.

Pego pra mim, chamo de meu e pronto: É meu, por meu decreto.

Não é confuso, é (in)comum. Talvez seja, dependendo de como olhar ou de como sentir. Mas sou assim e gosto.

Acho que tudo não passa de merecimento, recebe tudo quem tudo dá. Torna-se tudo quem tudo é. Dos sorrisos, dos abraços, das viagens, dos erros, e do caminho que resolve seguir é que nos fazemos e nos formamos. Somos vários, viramos um.

A distância não importa, pois a tornamos incapaz de separar o que foi unido. O tempo não interfere, apenas existe.

Vocês sabem que eu existo. Eu sei de vocês. E somos assim. Estranhos, diferentes, birrentos e geniosos. Mas somos. E sendo assim, somos nós e somos um.

 

                                     “prendia o choro e aguava o bom do amor”

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

- dentro de mim.

Fetch_My_Heart_From_the_Bottom_by_Kasarix

Hoje, do nada, resolvi olhar para dentro de mim. Me deixei sem escolhas, me peguei de surpresa e não tive tempo de disfarçar os pedaços que estavam caídos pelo chão do coração. Estavam lá, espalhados por algum motivo e eu mesmo não sabia o porquê. E queria saber, queria lembrar. Mas a memória, de tão judiada que foi para esquecer alguma coisa, acabou realmente esquecendo e, por mais que fizesse força, não aparecia uma pista sequer do motivo daqueles estilhaços ali estarem. Fui forçando, revirando, apertando, espremendo, mas nada, nada surgiu.

Resolvi deixar ali, esquecido. Então mudei a atitude e varri tudo daquele chão, deixando meu coração limpo, como se nada o tivesse tocado. Como, se alguém, num passe de mágica, o tivesse trocado por um novo, onde a mágoa, a ferida e os pedaços sem sentido nunca tivessem existido.

 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

- Enfim o que era meu.

Luv_Ya_by_HaNoOoFa

Cantei sempre amores e eles nunca eram meus.

Cantava o teu, o dele, o de outro

e pra mim, nada acontecia.

Fui cansando, mas a voz não acabava.

E fui acostumando a ser apenas trilha.

Eram lindos, simples, difíceis,

Delicados, Selvagens, Pra sempre e apenas pra Hoje.

Fui cansando, mas a voz não acabava.

Quando decidi não mais cantar,

tudo mudou.

Meus passos eram outros,

meu rumo também era outro.

Comecei a escutar uma canção no fundo

quando fechava os olhos e apenas sentia

aqueles lábios nos meus.

Percebi que a culpa sempre foi minha,

e apenas minha.

Cantava pra prestar atenção no que não era meu,

mas no que era teu, dele, de outro.

Aí cansei.

E agora sou feliz,

com voz calada, silêncio interminável

e namorado do lado.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

- simples completar.

Moon_Romance_1_Closeup_by_Manwathiell

E eu poderei olhar em seus olhos,

e ver em ti o que há em mim,

E tu verá em mim o que há em ti.

Dançaremos sobre a vida,

sobre o tamanho do sentimento

e sobre o brilho do luar.

Cantarei poesias bobas

e você entoará sorrisos simples,

singelos, doces e delicados.

Serei seu par e você será você,

por assim me completar.

terça-feira, 3 de maio de 2011

- virou retalho.

Autumm_mood_by_M__A__D__L__E__N

- e eu, que pensei que o passado não fosse aparecer, fosse ficar ali, parado, exausto de tanto martelar a cabeça e tentar ser de novo o que já foi. Tenho dó dele, minha gente! Chega a dar pena o estado em que fica, em que corre, em que rodeia a vida que não mais fará parte. Não sei o que pensa, não sei o que quer, e na boa, meu camarada, prefiro assim. Sem ressentimento algum, mas há caminhos a seguir, passos a se dar, então desgruda, descola, me esquece e some (ou tenta). Não tenho tempo mais para o velho, preciso do novo e de tudo que ele me proporciona, sabe? Não que eu me arrependa, olhe só, mas é que hoje não me faz diferença nenhuma e nem me provoca sabor algum, entende? Em mim, nada mais existirá disso, mas há outros quereres e outros sonhos por aí, desejando o que um dia foi meu, ou que pensou ser. Palavras foram ditas, momentos vividos, mas o tempo foi empoeirando tudo, juntando e jogando dentro dum baú, pra qualquer dia desses, quem sabe, abrir, lembrar, achar engraçado mas não mais viver. E viva ao ritmo intenso da vida, não é?

Pessoas, vidas, namoros, beijos, risos, amizades, tudo isso acontece, mas tudo isso passa também. E hoje, muita coisa passou. E assim é o fim.