terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

- um pouco de açúcar.

- sorria pra mim como se da boca fosse tirado todo o encanto e o direito de sorrir pra mais alguém. Era inevitável não me emocionar com tudo aquilo dedicado exclusivamente à mim sem nem ao menos merecer. Talvez fosse a sorte grande para mim e azar sem tamanho para quem me entregava tão nitidamente seu todo. Tudo me fazia bem, sabe? Desde os tímidos sorrisos até as grandes declarações. Era tão bom em palavras quanto em atitudes e isso me encantava duma forma única e as vezes conseguia tirar o meu ar. Demorei pra dar espaço ao sentimento que poderia me ajudar a esquecer de feridas passadas e descansar no conforto dum abraço. O medo me atrapalhou bastante e sempre pedia pra esquecer o que o coração dizia, tentando de todas as maneiras provar que a razão era o caminho certo a percorrer e que a calmaria era um lugar seguro, confortável e sem feridas. Tolice minha acreditar nisso, sabia? Nunca quis tranquilidade, pelo contrário, desejei paixões que me tomassem do mundo e me levassem aos céus e que, mesmo não sabendo voar, me deixassem entre as nuvens, pairando sobre a certeza de ter em mim o que me completa. Sofri demais, é verdade! Mas aprendi que estar fechado pro mundo é bobagem e que nem sempre o amor acontece de repente e duma forma arrebatadora, entende? Há várias maneiras dele acontecer e uma delas pode ser lentamente, através de pequenos gestos, um tanto de sorrisos, porções de olhares e pitadas de carinho. Pode ser alguém de bem longe ou alguém de bem perto e isso não importa, porque o mais importante é ser alguém que saiba te amar e que traga junto com esse amor doses infindáveis de felicidade.
Antes, sorria pra mim e me encantava. Hoje, sorrio em agradecimento por estar completo e ter aprendido a amar.

2 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Como tudo na vida os sentimentos que acarinham o coração, demoram até ter as tonalidades e curvas certas para serem entendidas, mas depois que tal consciência é tomada, tudo fica lindo leve e as relações ficam assim maravilhosas. Achei fofo do teu texto ele mostrar o 'gladiar' do coração e o 'se entregar' da emoção. Sincero e límpido.

Diana disse...

Olhares, carinhos, gestos. Acho que no turbilhão que vivemos as únicas coisas que valem são essas.