sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

- entre tons de cinza.

- estava com o olhar cansado e pedia por si mesmo. Deixou de ajudar, sorrir e de abraçar o seu próximo. Não sabia mais o que era uma paleta de cores, preferia o preto, cinza e vez em quando o branco. Não sentia dor, não chorava e agora vivia em lamento, num vazio de dar pena. Pena que ecoava por seu peito e que batia no coração pra de alguma forma ele funcionar. Esqueceu das palavras, da forma de sua letra, dos versos que vinham em sua mente e pediam com urgência para serem escritos em qualquer pedaço de papel que estivesse em seu alcance. Esqueceu de esquecer quem não mais fazia parte dele. Esqueceu de dizer pra si mesmo que já não eram mais um e sim dois e que andavam em caminhos diferentes e assim permaneceriam por um longo tempo. Por fim, esqueceu de acordar e nem lembrou que o sol estaria disposto a iluminá-lo. Não precisava mais de luz, sentia-se bem na escuridão do seu vazio.


Da luz esqueceu-se
e no escuro encontrou seu novo lar,
Não sabia mais de amores,
mas ainda sofria por amar.

2 comentários:

Taw disse...

Só busca a luz os que não precisam esconder nada.

Marcelo R. Rezende disse...

Só busca a luz quem está pronto pro iluminar que ela traz a vida e como em qualquer processo, esse é longo, demorado e que exije, de si e dos outros, compreensão e paciência. A luz é muito agradável, mas o escuro tem lá seu charme. Cada um tem seu momento e há de chegar a hora da luz prevalecer.

Perfeito *-*