terça-feira, 29 de dezembro de 2009

- já acreditei em natal.

- e a música ia tocando no fundo de toda a cena que se formava naquela sala grande, bem iluminada, com todas as pessoas lado-a-lado, esperando ansiosas aqueles poucos minutos passarem e se transformarem no novo dia. Dia em que o filho D'Ele foi enviado à Terra pra salvar os que precisavam de ajuda, de socorro, de perdão. E assim foi feito, humilhado, surrado, pregado e morto diante de muitos, por amor aos que poucos sabem amar e que quase não se importam com Ele em outros dias que não sejam essa data totalmente comercializada. No lugar dele botaram um velho barbudo e gordo vestido de vermelho, com cara de bonzinho, que entra pelas chaminés (por afunilamento, creio eu) trazendo o presente que o bom menino merece por ter cumprido o que não deveria ser obrigação e sim hábito. Viva o grande interesse! É estranho ver a compaixão aumentar nessa época, todo mundo virar santo e querer um mundo melhor se no resto dos trezentos e sessenta e tantos dias do ano nem se importam se o cara do lado está precisando de ajuda. Não quero parecer crítico, mas por favor, por que só agora? Ho Ho Ho, meu bom e velho papai noel, dá pra dizer pro povo que o bom é tentar o ano todo e não só agora? Diz também que ser feliz é pra ser coisa cotidiana e não apenas de poucos momentos e segundos até a contagem regressiva acabar e todo mundo se abraçar, seja amigo, inimigo, desconhecido e qualquer outra coisa que consiga cruzar os braços no corpo do outro. Viva o Natal! Viva o sentido que foi totalmente contorcido! Viva ao comércio que bota seus funcionários como escravos até a véspera! Viva ao ser humano que se deixa enganar e satisfazer por tão pouco! Viva!

4 comentários:

Taw disse...

uau... você sim! Seria perfeito que essa nojeira não fosse, mas ainda sendo, prefiro que o Santo Nome não seja comercializado.

Marcelo R. Rezende disse...

Talvez nos deixemos comercializar e enganar pela falsa sensação de plenitude que a data nos dá. É podre, mas talvez seja. Talvez seja assim que o ser se engane toda a vida, não apenas no Natal.


super politizado, amei esse :D

ana. disse...

Bem como tantas outras coisas que são impostas pela sociedade(?) e, aqueles que ainda possuem consciência nem sempre se dão o trabalho de negar.

Hoje falamos de Natal, amanhã Carnaval, Páscoa, Parada Gay, Reveillon, Quadrilha e tudo o que ainda vão nos enfiar guela abaixo da forma deles, sempre.

Ainda bem que podemos forçar o vômito.


Ótimo texto!

Maria Luísa Marc disse...

viva a hipocresia humana!!!